Há um lugar para a Igreja Adventista do Sétimo Dia no YouTube? Será esse um ambiente em que devemos estar presentes?
A Revista Adventist World, publicação mundial dos adventistas do sétimo dia que dá uma visão geral da atuação em todos os continentes, dialogou com o pastor Jan Paulsen, presidente mundial da Igreja Adventista, sobre sua nova iniciativa, que visa a divulgar o perfil, valores e crenças adventistas no YouTube.
O estilo dos clipes do YouTube é muito diferente do tipo de comunicação que geralmente vem do seu escritório.
Suas mensagens ali são muito curtas, cada uma com menos de dois minutos de duração. O senhor não faz uma declaração completa sobre nenhum dos temas. Será essa uma limitação do YouTube?
Ao contrário, vejo como uma das belezas desse meio. Uma conversa não deve ser apenas afirmação, mas também algo que estimule o debate. Ela deve fazer com que alguém pare, ouça, pense e talvez volte para explorar mais. Há muitos anos, tive um professor que costumava dizer: “Deus só fala quando provoca.” Esse é um modo interessante de pensar com o qual não concordo plenamente. Mas quando tudo é dito e feito, Deus me provoca e, ao me provocar, Ele me envolve. Ele me faz parar em meus caminhos e chama a minha atenção para o que é importante.
Dou valor a essa mídia porque ela alcança os mais jovens. Agora, oro para que também alcance os de setenta anos de idade! Sei, porém, que a maior probabilidade é de alcançar os adolescentes e os que estão entre os vinte e trinta anos. Desejo falar com eles num diálogo aberto, que talvez não resulte em solução perfeitamente embalada para cada pergunta. Para mim, não há problema sair de uma conversa
sem a certeza de que resolveu tudo. O importante, a meu ver, é o sucesso de simplesmente ter falado um com o outro.
O YouTube permite um
feedback imediato, diferente da maior parte das comunicações em massa.
Exatamente. O que Deus quis dizer quando disse: “Vinde, pois, e arrazoemos?” Isso não é um convite? Ele está dizendo: “Venha, vamos sentar e conversar!” Comunicação é diálogo. Deve fluir dos dois lados, e se isso não acontece, facilmente você acaba falando para você mesmo.
Como o senhor escolheu os primeiros três assuntos: “Fé X Ciência”, “Liberdade” e “Integridade”, ao inaugurar o canal no ano passado? Por que não começar com algo mais específico das doutrinas adventistas?
Penso que a resposta a essa questão nos leva à pergunta: “Por que estamos fazendo isso?” O evangelismo sempre estará no topo da agenda da missão de nossa Igreja. O evangelismo não precisa ser defendido. Deus diz: “Vá a todo mundo. Vá e ensine, pregue e batize.” Portanto, essa é nossa prioridade.
Mas temos que nos lembrar de que há certas pessoas, talvez muitas, que não alcançaremos se não tentarmos alguns outros métodos de comunicação. Será que a transmissão pelo YouTube é uma forma de evangelismo? A princípio, talvez não seja. Para um evangelismo eficaz, é necessário espaço e tempo para expor, construir e justificar seus pontos. No YouTube só há tempo para tocar no assunto, não para escrever um livro.
Se apenas tocarmos uma corda da mente das pessoas, estimulando-as a pensar: “Ei, ele está falando comigo?” e ao despertar nelas o interesse de explorar o assunto mais profundamente, estaremos cumprindo o objetivo do projeto do YouTube.
Se apenas tocarmos uma corda da mente das pessoas, estimulando-as a pensar: “Ei, ele está falando comigo?” e ao despertar nelas o interesse de explorar o assunto mais profundamente, estaremos cumprindo o objetivo do projeto do YouTube.
Seu vídeo sobre fé e ciência saiu no YouTube num momento em que esse tema era amplamente discutido entre os adventistas, tanto em publicações como online. O senhor planeja usar essa mídia para “entrar na briga” e se envolver nas discussões atuais?
O YouTube é uma mídia adequada para chamar a atenção para uma série de assuntos-chave, possibilitando fazer uma declaração concisa e dizer: “Isso é importante para mim como adventista do sétimo dia.” Portanto, creio que, às vezes, podemos e devemos fazer isso.
Os comentários que estão sendo deixados no Web site “About Life”
(A Respeito da Vida) são extremamente positivos, mas há um ou dois comentários negativos também. Uma pessoa sugeriu que o senhor está usando uma mídia e estilo muito parecidos com o do “mundo”, que estamos manchando nossa mensagem com o método que estamos tentando transmiti-la. Isso não é perigoso?
Não, não é. Veja, esse é o mundo em que Deus nos colocou. Aqui vivemos e respiramos. Usamos o Skype, o Twitter. Usamos a tecnologia da comunicação de tantas maneiras diferentes. O que importa não é o significado específico da comunicação que usamos. As questões mais importantes são: “O que estamos comunicando? Fazemos isso de forma eficaz? Somos atuais? Não podemos fazer melhor uso do que vai chegar a mais pessoas? É nossa comunicação do tipo adequado ao nosso objetivo e que promove nossa missão?”
O escopo da responsabilidade de nossa missão abraça todo o mundo, e para mim, isso inclui “o mundo online”.
Então, o senhor está dizendo que temos de ir aonde as pessoas estão, em lugar de esperarmos que façam um esforço e venham até nós?
Sim, exatamente. O Deus a quem servimos é um Deus que está constantemente buscando. Ele não Se assenta passivamente. Ele sai buscando e chamando os que estão perdidos. Ele nos procura vezes sem fim. Penso que eu e a igreja devemos fazer o mesmo. Devemos perguntar a nós mesmos: Como posso evangelizar? Como devo fazer um contato? Onde tenho de ir para buscar quem está perdido? Na verdade, essa é a dinâmica que está por trás do projeto do YouTube. Você pode ver a série About Life no link www.youtube.com/adventistsaboutlife. [Equipe ASN, Revista Adventist World, edição de fevereiro de 2010
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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
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Presidente mundial dos adventistas fala da divulgação no YouTube
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Notícias Ig Adventista
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